Estar desconfortável é saber que se está acordado.

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Existe uma vida interna e impronunciável, que estabelece um campo de batalha que é individual e muitas vezes paradoxal. Esse é o espaço a partir do qual Susana Rocha desenvolve o seu trabalho: um lugar de confronto e desconforto.

AGAINST MYSELF parte de um principio de sabotagem, adentrando-se na experiência noturna de um questionamento apenas semiconsciente, gerando tensões que prescindem de uma racionalidade prudente.

Na sequência de projetos anteriores, onde o corpo e a ausência e sua relação com o luto eram eixos referenciais, as obras que a artista agora apresenta procuram uma dinâmica semelhante.

O diálogo entre materiais não convencionais – borracha, metal, flores, epóxi, dentes, bijuteria e calçadeiras – traduz um sentido de estranheza e inquietação, que referencia o corpo e evoca formas, instrumentos e estados metaforizados que se enraízam na experiencia interna de uma simultânea agressão e defesa de si mesmo, contra (talvez) memórias e incertezas...

Simultaneamente, alguma delicadeza é necessária. E as noções contrastes de peso e suspensão, totalidade e fragmentação, são igualmente exploradas, como um suster de respiração antes de um qualquer desfecho que está ainda por definir.

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